Simples Nacional 2018 e o futuro das PMEs

Fábio Túlio é CEO da Jiva - Simples Nacional

O Simples Nacional (modalidade de tributação simplificada para as micro e pequenas empresas) deste ano, trouxe diversas mudanças, tais como a entrada de novas atividades e um novo teto de faturamento para adesão ao programa. Passou de 3,6 milhões para 4,8 milhões. Mas nenhuma regra está se mostrando tão impactante para a gestão dos pequenos negócios, como a mudança dos cálculos para as declarações do imposto sobre os rendimentos dessas companhias.

Quem é pequeno empresário ou gestor, já percebeu que o modelo de tributação com o novo formato de cobrança se tornou mais complicado. A partir de agora, a alíquota utilizada para definir o valor de imposto a ser pago (que era baseada no faturamento mensal podendo ser acompanhada com mais facilidade) passa a ser definida pelo faturamento bruto acumulado dos últimos 12 meses e necessita de constante monitoramento pois, a empresa pode pagar mais se faturar mais, ou o inverso, pagar menos se faturar menos.

Por outras palavras, as pequenas empresas vão precisar monitorar frequentemente e registrar com cuidado todo o faturamento anual, além de fazerem o próprio enquadramento nos limites de faturamento pré-estabelecidos pelo governo, dentro das normas publicadas pela Receita Federal (RF): os chamados Anexos. Dessa forma, o Fisco pode comparar os dados fornecidos, com muito mais assertividade, e evitar casos de lavagem de dinheiro e corrupção, sendo um ponto positivo.

Por outro lado, as pequenas empresas se tornam muito mais vulneráveis às penalidades da lei, tais como multas e, em casos mais graves, até a exclusão do Simples Nacional, se não conseguirem atender os prazos para envio dos dados fiscais ao Governo. Não sendo o suficiente, o Simples desse ano apresenta mudanças em relação ao Fator R (a porcentagem do faturamento destinada a gastos com folha de pagamento), que não é mais exclusiva do Anexo V.

2018 está se mostrando um divisor de águas para os gestores, no qual quem tiver uma administração consolidada e eficiente, mais chances terá de sobreviver no mercado por questões fiscais. Apesar de ter mudado bastante, o Simples Nacional ainda é uma das melhores formas dos pequenos negócios declararem seus rendimentos. Abaixo 5 dicas para tornar essa transição mais fácil:

  1. Estude as mudanças: Separe um tempo para ler com atenção os novos Anexos do Simples. Assim, irá optar pelo regime tributário mais vantajoso para a sua empresa, pois o Simples Nacional pode não ser o regime mais viável. Aproveite para conhecer as duas formas de recolhimento tributário além do Simples Nacional: o Lucro Presumido (para empresas que faturam até R$48 milhões por ano) e o Lucro Real (para empresas que têm faturamento anual superior a R$48 milhões).
  2. Converse com sua contabilidade: Equipes financeiras e serviços de contabilidade são elementos importantes para uma boa gestão dos negócios, assim como um bom sistema de gestão. Não deixe passar nenhuma dúvida.
  3. Faça projeções: Após compreender as mudanças do imposto, planeje como será o andamento do negócio ao longo do ano, reveja o histórico de faturamento dos anos passados, e crie metas e indicadores para servirem de base para as tomadas de decisões que podem impactar nas receitas corporativas. Lembre-se, a alíquota do imposto se ajustará de acordo com seus ganhos.
  4. Integre tudo: As áreas que compõem as estruturas de negócios deverão se comunicar entre si para informar as movimentações financeiras, tais como gastos com compras, folha de pagamento, impostos, e claro, os ganhos. Nesse cenário, um sistema de gestão (ERP) completo e automatizado se torna uma ferramenta poderosa para conectar processos de diferentes setores, fornecer insights, e dar uma visão abrangente de tudo o que está acontecendo na companhia.
  5. Compartilhe experiências: Uma dica importante é conversar com outros empresários e empreendedores, trocar ideias. Compartilhar conhecimento é uma maneira de aprender, ficar sabendo das novidades e sanar dúvidas.

Com as novidades apresentadas, o novo Simples Nacional é uma oportunidade ímpar para os gestores das pequenas empresas reavaliarem seus conceitos de administração. É fundamental não perder mais tempo e já ir atrás das melhores práticas de gestão adotadas pelo mercado, além de um ERP capaz de acompanhar a evolução dos negócios, para garantir o cumprimento das demandas fiscais, que estão se tornando mais exigentes a cada ano que passa.

Fonte: Convergência Digital

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