A expectativa é de que os técnicos de instalação e manutenção representem a maior parcela dos trabalhadores do setor a aderir. Paralisação nacional, prevista para acontecer nesta sexta-feira, 28, rechaça reformas trabalhista e previdenciária.

Os sindicatos de trabalhadores do setor de telecomunicações manifestaram apoio e convocaram seus integrantes a cruzar os braços nesta sexta-feira, 28, em apoio à Greve Geral organizada por centrais sindicais de todo o país. O ato será feito em oposição às reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo de Michel Temer.

O entendimento das organizações é de que as reformas prejudicarão os trabalhadores. Entre as organizações do setor de telecomunicações, ao menos Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas), Sintetel (Sindicado dos Trabalhadores em Telecomunicações) e Sintratel (Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing) aderiram.

A expectativa é de que os técnicos de instalação e manutenção representem a maior parcela dos trabalhadores do setor a aderir, mas também espera-se participação de grupos ligados aos contact centers. As entidades passaram a semana distribuindo panfletos, fazendo corpo a corpo nas empresas e espalhando notícias nas redes sociais sobre o impacto das reformas sobre os trabalhadores. Evitam, no entanto, estimar o contigente que deve parar.

Também o Sindpd, sindicato dos trabalhadores em TI, aderiu à greve. E espera a participação de funcionários de Sonda IT, Totvs, Stefanini, Capgemini, entre outras. Funcionários de empresas estatais do setor também participarão, dentre elas Cobra Tecnologia, Serpro, Dataprev, Prodesp e Prodam, que são responsáveis, respectivamente, pelas áreas de tecnologia do Banco do Brasil, governo federal, Previdência, governo do estado de São Paulo e Prefeitura de São Paulo.

Posições
Segundo a Fenattel, a reforma trabalhista tende a desamparar o trabalhador ao propor a alteração de 117 pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas. Um dos pontos mais sensíveis para a entidade é a possibilidade de acordos se sobreporem à legislação. “Ou o trabalhador aceitará as condições ou será demitido. Isso irá desestabilizar completamente as relações de trabalho”, diz em comunicado.

A entidade também contesta artigo da reforma que autoriza a existência de contratos intermitentes. “O empregado ficará disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana, alternando em períodos de prestação de serviços e outros em que o patrão não irá solicitar”, diz. Critica, ainda, item do projeto que prevê redução da multa a empregadores sem contrato formal de trabalho com funcionários.

O Sintetel publicou em sua página na internet sugestões de como aderir. A entidade recomenda que o trabalhador não apenas cruze os braços, como evite qualquer consumo no dia da greve. Aconselha seus filiados a ficar em casa, saindo apenas para manifestações, evitando ir ao mercado, à farmácia, à padaria, a restaurantes, a shoppings, a bancos etc. “O objetivo é demonstrar força e mobilização contra as reformas”, resume.

O Sintratel aponta para as mudanças na aposentadoria como motivos fundamentais para a adesão à greve. Segundo o sindicatos, a proposta do governo atualmente em pauta vai penalizar principalmente o trabalhador jovem, as mulheres, e os trabalhadores rurais. “Trabalhadores e trabalhadoras rurais, que convivem com trabalho penoso e desregulamentado, com grande dificuldade de comprovar o tempo de contribuição, perderão o direito de se aposentar. O impacto sobre as mulheres também será brutal, já que estabelece uma idade mínima para elas obterem a aposentadoria: 62 anos”, observa.

[Atualizado com posicionamento do Sindpd]

Fonte: Telesintese

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